2.5.15

E o mensageiro diz...

Hoje à noite iniciamos uma nova etapa do nosso blog. Um layout mais acessível, regularidade de matérias e uma nova coluna: Nossos Devaneios.
Nela, eu e as meninas, escrevemos textos literários de autoria própria enquanto continuamos com as outras atividades de nosso blog. 
Essa minha história é baseada em como me sinto ao terminar de ler um livro. Será que você sente o mesmo? Que tal descobrir? 



"O percurso dele se inicia na minha caixa torácica e pouco a pouco preenche as minhas amídalas. O toque, daquele tipo que remete ao remexer da sua mãe nos seus cabelos, ainda não me satisfaz.  
Nenhum nome presente em minha vida, neste momento, parece ser capaz de explicar esse sentimento. Alguns dizem que a falta de denominação é lógica, já que tudo à nossa volta é abstrato, e outros fazem questão de me tranquilizar afirmando que quando o sentimento quiser, ele reivindicará seu nome.

Porém como eu, que o encontro frequentemente, posso continuar sem saber como saudá-lo? É certo que o nosso embate nunca dura mais do que alguns segundos, mas me arrebata, quer eu esteja sentada ou encostada contra uma parede, solitária. Posso chorar ao encontrá-lo, desejando em uma tempestade de vibrações, que ele nunca mais se vá; como também, outras vezes, me vejo sorrindo e esperando que se vá de uma vez para que retorne ainda melhor na semana que vem.

A verdade é que seu abismo me abriga e o turbilhão de ideais que se formam dentro de mim, já me fizeram confundi-lo, certa vez, com a saudade e a tentação. Hoje em dia, sacudo a cabeça contra estas suposições assim que me preparo para notá-lo.

O ritual para vê-lo é muito simples. Entrelaço meus dedos por suas penas e as tomo para mim, voando dentro de seu reino sem fio. Muitas vezes é enfrentando um monstro, um romance e até lendo sobre a vida de um certo alguém que minha mente o enfrenta. Porém, o prazer de perceber seu incêndio tomar conta dos meus olhos de outrora, não se compara com a sensação de apreciá-lo.   
Pois bem, você diz, voltamos nós de novo para esse ‘certo’ sentimento. Eu não posso enquadrá-lo; cá entre nós ele já me proibiu disso várias vezes; e muito menos experimentá-lo por um longo período de tempo; o próprio revelou que é assim que nós, seres humanos, caímos na depressão.

Não me resta nada além de esperá-lo. Como a dama espera seu trovador sair do mar, eu recito seu encanto sem parar. “Fim, fim, fim”, é assim que ele chega por mim. Quando tudo se acaba, ele se inicia fazendo com que eu deseje outro final. Um mais bonito ou mais trágico, nada disso me importa.

Eu quero é sentir seu vazio, não me importa a hora." 


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