6.10.13

As Vantagens de Ser Invisível

Sinopse:
Ao mesmo tempo engraçado e atordoante, o livro reúne as cartas de Charlie, um adolescente de quem pouco se sabe - a não ser pelo que ele conta ao amigo nessas correspondências -, que vive entre a apatia e o entusiasmo, tateando territórios inexplorados, encurralado entre o desejo de viver a própria vida e ao mesmo tempo fugir dela.As dificuldades do ambiente escolar, muitas vezes ameaçador, as descobertas dos primeiros encontros amorosos, os dramas familiares, as festas alucinantes e a eterna vontade de se sentir "infinito" ao lado dos amigos são temas que enchem de alegria e angústia a cabeça do protagonista em fase de amadurecimento. Stephen Chbosky capta com emoção esse vaivém dos sentidos e dos sentimentos e constrói uma narrativa vigorosa costurada pelas cartas de Charlie endereçadas a um amigo que não se sabe se real ou imaginário.
Íntimas, hilariantes, às vezes devastadoras, as cartas mostram um jovem em confronto com a sua própria história presente e futura, ora como um personagem invisível à espreita por trás das cortinas, ora como o protagonista que tem que assumir seu papel no palco da vida. Um jovem que não se sabe quem é ou onde mora. Mas que poderia ser qualquer um, em qualquer lugar do mundo.


Resenha:

Ler um livro é uma tarefa que exige tempo e disposição, por isso, antes de qualquer coisa, procuro entrar em alguns blogs e sites que dão dicas sobre histórias legais que merecem ser lidas.
No caso de As Vantagens de Ser Invisível, era raro achar, entre os comentários dos leitores, alguém que não tivesse gostado do livro. Alguns diziam: ”É o melhor livro que já li” ou “mudou a minha forma de encarar a vida”.

Sim, é uma boa história. Funciona como entretenimento. Mas está a quilômetros de distância de se tornar uma obra-prima da literatura juvenil. Apesar de algumas passagens mais inspiradas, é nítido que o autor tentou imitar o mesmo estilo realista do maravilhoso O Apanhador no Campo de Centeio, sem conseguir, no entanto, alcançar o mesmo magnetismo delirante da narrativa de J. D. Salinger.


Charlie é um adolescente excluído e perturbado, que retorna à escola após um longo período de ausência. Lá ele conhece Sam e Patrick, que rapidamente tornam-se seus melhores amigos, e o apresentam a um novo mundo repleto de festas, drogas e namoradas.

O livro é todo escrito na forma de um diário de Charlie, o que, na teoria, deveria contribuir para que o protagonista trouxesse à tona suas reflexões e problemas existenciais. Mas o que vemos é um mero relato de fatos, sem grandes aprofundamentos psicológicos.

Talvez se estivéssemos tratando de obras em formato de diário que tivessem apenas a pretensão de narrar uma história linear, sem grandes desdobramentos, esse detalhe não seria relevante. Porém, considerando que, ao final da trama, um segredo arrebatador sobre a conduta de Charlie é revelado, não se pode desprezar elementos primordiais na construção do personagem. A impressão que dá é que o épico acontecimento final não passa de um fato aleatório, com o mero objetivo de apimentar o clímax, ao contrário de uma questão que já vinha angustiando o protagonista desde o começo.

Se pudéssemos comparar As Vantagens com outros diários famosos, diria que nem tão infantil quanto O Diário da Princesa, e nem tão primorosamente rico quanto O Diário de Anne Frank. É uma boa leitura. Só isso.

Nenhum comentário:

Postar um comentário