29.6.16

Austenlândia e o sonho do Mr. Darcy, ou melhor, Mr. Nobley

Aqueles que são fãs da novela Orgulho e Preconceito de Jane Austen vão entender todo o apelo do arrogante, mas belo e justo Mr. Fitzwilliam Darcy e de ouvir aquela frase de declaração incrível, que termina com esta frase: Você deve me permitir dizer o quão ardentemente eu te admiro e te amo.

Por isso quando o filme Austenlândia, baseado no livro de Shannon Hale, uma grande admiradora da minissérie de 7 partes de Orgulho e Preconceito, assim como eu, foi lançado eu tive que assistir! Confesso que assiste ao filme primeiro e li o livro da escritora depois e minha experiência não poderia ter sido melhor!

Para aqueles que não conhecem, o livro conta a história de Jane, uma designer gráfica de 30 e poucos anos, que é apaixonada pelo Mr. Darcy, sim aquele interpretado por Colin Firth na minissérie, já que nenhum de seus relacionamentos com homens reais deram certo. Por isso, quando sua tia morre, ela deixa como um pedaço de herança, a chance de Jane participar de um local chamado Austenlândia, que dá aos seus viajantes a chance de imergir no século XVIII, repleto de bons modos e romance.

Mas, Jane, depois, vai percebendo que quer algo mais real e é aí que entra o incrível Mr. Nobley.

"Eu estou solteira porque aparentemente os únicos homens bons são ficcionais"


Claro que como todo bom livro de romance, Jane se vê presa em um triângulo amoroso! Será que ela escolhe o homem mais parecido com Darcy que ela já encontrou na sua vida, o ator de Mr. Nobley, ou o Mattias, um homem que desde seu primeiro momento na mansão não deixava de mostrar a realidade para Jane? Mas o que será irreal?

O livro está repleto de partes fofas entre Jane e Mr. Nobley, que segue bem a narrativa de Orgulho e Preconceito, embora faça uma analogia com outra protagonista de Austen, a Fanny Price de Mansfield Park, já que quando Jane chega em Austenlândia, ela é renegada a uma simples moça pobre, já que a dona do local, a senhora Wattlesbrook, sabe que ela nunca voltará a Austenlândia de novo, por não ser rica e ter dinheiro de pagar.

Apesar do livro ser uma fofura e a escritora Shannon saber mesclar muito bem o romance e o drama dos relacionamentos de nossa protagonista, com a sacada genial de a cada capítulo fazer uma breve descrição de cada um dos namoros de Jane que deram errado, eu achei que por mais sonhador que seja o Mr Nobley, que ela podia ter desenvolvido mais o romance. Eu gostaria de ver mais momentos fofos entre os dois e mais interação entre eles e e aí que o filme, apesar de suas falhas, ganha do livro.

No filme, lançado em 2013, temos a encantadora Keri Russell como a Jane e o maravilhoso e tudo que há de bom, JJ Feild como o Mr. Nobley. E sim, ele faz um papel ótimo como uma versão mais acessível de Mr. Darcy, com todas as caras e bocas e pomposidade que temos direito!

E que charme, não é mesmo? 

Mas a melhor adição ao filme é com certeza a Jennifer Collidge dando destaque a Mrs. Charming, uma personagem que no livro é fria e esnobe e francamente beirando ao rídiculo. No filme, no entanto, a atriz conseguiu dar vida a personagem e nos fazer torcer e tanto por ela. 

Outras boas adições do filme foi o fato de que Mr. Nobley no final não ser realmente um ator e sim um professor de história, que desempregado, teve que trabalhar com a tia. Outra ótima parte? Terem lidado com seriedade o quase abuso de Jane pelo bêbado marido da Mrs. Wattlesbrook e não apenas mencionado como foi no livro. 


O que quero dizer é o seguinte: se você está procurando por um filme de romance despretensioso, que te dê a oportunidade de dar várias risadas sem se levar à sério, Austenland é para você. Mas se você espera a seriedade e o romance de encontros e desencontros de Orgulho e Preconceito, sugiro que você assista ao filme de 2004 ou a minissérie de sete episódios de novo! 

Mas de um jeito ou de outro você não vai se decepcionar, porque até eu depois de assistir o filme e ler o livro queria um Mr. Nobley, que é, na verdade, a versão mais moderna de Mr. Darcy, só para mim! 






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